Justiça solta empresária acusada de forjar o próprio sequestro

A Justiça concedeu liberdade provisória à empresária Ruana Sabrina Fortunato de Freitas, 28 anos, acusada de ter forjado o próprio sequestro para conseguir aplicar o crime do "golpe do seguro". A intenção da suspeita, segunda a polícia, era comercializar sua caminhonete, uma Toyota Hilux, no mercado clandestino e depois receber o valor do veículo da seguradora. Ruana foi liberada na tarde desta sexta-feira (3), após audiência de custódia, sem monitoramento eletrônico.

Apesar da concessão de liberdade, o juiz Luís Augusto Veras Gadelha determinou que Ruana não poderá portar armas, fazer uso de entorpecentes nem "frequentar casas de reputação duvidosa". Ela também não poderá se ausentar da Comarca por mais de 30 dias sem aviso prévio e deve permanecer em casa após 23h.

De acordo com a Polícia Civil, Ruana estava em uma festa no bairro Jardim Paula II, em Várzea Grande, com o marido, quando saiu com a caminhonete. Ela disse ao companheiro que iria a uma distribuidora de bebidas.

No entanto, a mulher foi se encontrar com os comparsas e iniciou a ação criminosa. Por isso, a polícia suspeita de que outras pessoas estejam envolvidas no crime.Tempos depois, o marido de Ruana recebeu vídeo que supostamente mostrava a empresária encapuzada, sendo mantida em cárcere privado.

Desconfiado que a mulher havia sido sequestrada, o marido procurou a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Diante da possibilidade de um suposto sequestro, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) passou a apurar a ocorrência e iniciou diligências para esclarecer o crime.

No final da manhã de quinta-feira (2), os policiais apontaram que a caminhonete Hillux estava na região do Coxipó. Equipes da unidade foram ao local indicado e encontraram o veículo, sem a placa traseira, e conduzido pela empresária. Ela foi interceptada quando dirigia a caminhonete na avenida Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), em Cuiabá.

Em entrevista preliminar com os investigadores, Ruana entrou em contradição várias vezes. Durante depoimento, ela acabou confessando os crimes. “Ela contou ainda que o objetivo era comercializar a caminhonete no mercado clandestino e depois receber o valor do veículo da seguradora”, explicou o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira.

Após a confissão da mulher, os investigadores chegaram à conclusão de que o marido de Ruana não tinha participação na ação criminosa e, diante disso, ele foi liberado, após prestar depoimento ao delegado.

Já Ruana foi autuada em flagrante pelos crimes de falsa comunicação de crime e estelionato. O caso continua sendo investigado.



Rádio Master/Olhar Direto


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